sábado, 1 de outubro de 2016

Santa Teresinha do Menino Jesus e o desejo de realizar todas as obras pelo Amado




Ser tua esposa, ó Jesus, ser carmelita, ser mãe das almas pela união contigo, deveria ser bastante para mim... Mas, assim não acontece... Sem dúvida, as três prerrogativas constituem exatamente minha vocação: Carmelita, Esposa, e Mãe. Contudo, sinto em mim outras vocações. Sinto em mim a vocação de GUERREIRO, de SACERDOTE, de APÓSTOLO, de DOUTOR, e de MÁRTIR. Sinto, afinal, a necessidade, o desejo de realizar por ti, Jesus, todas as obras, as mais heroicas... Sinto na alma a coragem de um Cruzado, de Zuavo Pontifício. Desejaria morrer no campo de batalha pela defesa da Igreja...

Sinto em mim a vocação de SACERDOTE. Com que amor, ó meu Jesus, não te carregaria nas mãos, quando à minha voz descesses do Céu... Com que amor te não daria às almas... Mas, que fazer? Com todo o desejo de ser sacerdote, admiro e invejo a humildade de São Francisco de Assis, e sinto a vocação de imitá-lo, quando recusou a sublime dignidade do sacerdócio.

Ó Jesus! meu amor, minha vida, como conciliar tais contrastes? Como tornar realidade os desejos de minha pobre alminha?...

Oh! apesar de minha pequenez, quisera esclarecer as almas, como os Profetas, os Doutores. Tenho vocação de ser Apóstola.. Quisera percorrer a terra, apregoar teu nome, e implantar em terra de infiéis tua gloriosa Cruz. Mas, ó meu Bem-Amado, uma única missão não me seria bastante. Quisera anunciar, ao mesmo tempo, o Evangelho pelas cinco partes do mundo até as ilhas mais remotas... Quisera ser missionária não só por alguns anos, mas quisera sê-lo desde a criação do mundo,e sê-lo até a consumação dos séculos... Mas, acima, de tudo, quisera, ó meu amado Salvador, por tu quisera derramar meu sangue até a última gota...


Santa Teresinha do Menino Jesus, História de uma alma