terça-feira, 27 de julho de 2010

Venerável Pio XII: O sacerdote é um "alter Christus", porque é assinalado com o caráter indelével que o torna semelhante ao Salvador; o sacerdote representa Cristo, o qual disse: "Como o Pai me enviou, assim eu também vos envio a vós" (Jo 20,21); "quem vos ouve, ouve a mim" (Lc 10,16). Iniciado, por vocação divina, neste divino ministério, "é constituído a favor dos homens nas coisas que tocam a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados" (Hb 5,1). A ele, portanto, é mister recorra quem queira viver a vida de Cristo e deseje receber força, conforto e alimento para a alma; a ele pedirá o remédio necessário quem deseje ressurgir do pecado e enveredar pelo caminho certo. Por este motivo todos os sacerdotes podem a si mesmos aplicar as palavras do Apóstolo: "Somos auxiliares de Deus" (1Cor 3,9).

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA DO PAPA PIO XII

MENTI NOSTRAE

AO CLERO DO MUNDO CATÓLICO
SOBRE A SANTIDADE DA VIDA SACERDOTAL





A todo o clero,
em paz e comunhão com a Sé Apostólica
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4. De modo algum, porém, será possível que o ministério sacerdotal consiga plenamente seu fim, de forma a corresponder adequadamente às necessidades do nosso tempo, se os sacerdotes não brilham no meio do povo por insigne santidade, como dignos "ministros de Cristo", e fiéis "dispenseiros dos mistérios de Deus" (1Cor 4,1), eficazes "auxiliares de Deus" (1Cor 3,9), preparados para toda boa obra (2Tm 3,17).

Manifestação de reconhecimento

5. Julgamos, por isso, que de nenhum modo podemos melhor manifestar o nosso reconhecimento aos sacerdotes do mundo inteiro, os quais nos deram testemunho do seu amor elevando preces a Deus por motivo do qüinquagésimo aniversário do nosso sacerdócio, do que endereçando a todo o clero uma paternal exortação à santidade, sem a qual o ministério a ele confiado não poderá ser fecundo. O ano santo, que anunciamos com a esperança de um geral saneamento dos costumes segundo os ensinamentos do evangelho, desejamos que traga, como primeiro fruto, que aqueles que são os guias do povo cristão cuidem com o maior empenho da própria santificação, porque assim estará assegurada a renovação dos povos no espírito de Jesus Cristo.
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6. Deve-se, no entanto, recordar que, se as crescentes necessidades da sociedade cristã exigem hoje com mais premência a perfeição interna dos sacerdotes, estes, pela mesma natureza íntima do altíssimo ministério que Deus lhes confiou, já estão obrigados a procurar, sempre e em toda parte, indefessamente, a própria santificação.

O grande dom do sacerdócio

7. Como têm ensinado os nossos predecessores, e particularmente Pio X (2) e Pio XI, (3) e como nós mesmos advertimos na Carta Encíclica Mystici Corporis (4) e na Mediator Dei, (5) o sacerdócio é verdadeiramente o grande dom do divino Redentor, o qual, para tornar perene a obra da redenção do gênero humano por ele consumada sobre a cruz, transmitiu os seus poderes à Igreja, que tornou partícipe do seu único e eterno sacerdócio. O sacerdote é um "alter Christus", porque é assinalado com o caráter indelével que o torna semelhante ao Salvador; o sacerdote representa Cristo, o qual disse: "Como o Pai me enviou, assim eu também vos envio a vós" (Jo 20,21); "quem vos ouve, ouve a mim" (Lc 10,16). Iniciado, por vocação divina, neste divino ministério, "é constituído a favor dos homens nas coisas que tocam a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados" (Hb 5,1). A ele, portanto, é mister recorra quem queira viver a vida de Cristo e deseje receber força, conforto e alimento para a alma; a ele pedirá o remédio necessário quem deseje ressurgir do pecado e enveredar pelo caminho certo. Por este motivo todos os sacerdotes podem a si mesmos aplicar as palavras do Apóstolo: "Somos auxiliares de Deus" (1Cor 3,9).